O trânsito de poetas brasileiros em outros países é um fenômeno muito antigo, mas as práticas líricas transnacionais parecem ter assumido proporções bastante amplas e complexas nas últimas décadas. Que formas de arte estão se desenvolvendo neste contexto de fronteiras fluidas, de linguagens híbridas e de subjetividades mutantes? Que marcas deste contexto podem ser percebidas na criação poética? Tendo por horizonte tais questões, pesquisadores, poetas e tradutores buscam analisar, sob diferentes vieses teóricos, quais as formas de criação e que tendências são privilegiadas neste contexto, como ocorre a formação de grupos e, principalmente, que espécies de diálogo acontecem entre escritores de diferentes nacionalidades. Além destas questões, o tema proposto para discussão também reacende a preocupação sempre relevante na área de Estudos Literários com problemas relacionados à tradução. A globalização também atualizou, com diferentes enfoques, algumas questões antigas relacionadas à representação de identidades nacionais na arte, articuladas agora com novas preocupações como a marginalização dos povos indígenas e os problemas ambientais, o que traz à tona interessantes interfaces de textos poéticos com o meio ambiente, ampliado agora, do contexto social, para o ecossistema, procurando desvendar as sutis relações entre o espaço do mundo e a produção de sentidos sobre o homem e sua vida no planeta. Finalmente, busca-se ainda analisar as condições contemporâneas de leitura e de compreensão da poesia, bem como suas possibilidades de abordagem na sala de aula. Resultantes, em parte, do XV Seminário de Pesquisa e II Seminário Internacional de Estudos Literários, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, Unesp, campus de Araraquara, em 2014, os textos aqui reunidos poderão dar ao leitor uma visão bem delineada das questões propostas por meio de uma pluralidade de dicções e de referenciais teóricos.
Detalhes de: Poesia na Era da Internacionalização dos Saberes

Poesia na Era da Internacionalização dos Saberes
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Autor | Charles A. Perrone (Org.), Maria Lucia Outeiro Fernandes (Org.), Paulo Andrade (Org.) |

Poesia na Era da Internacionalização dos Saberes
Circulação, tradução, ensino e crítica no contexto contemporâneo
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Autor | Charles A. Perrone (Org.), Maria Lucia Outeiro Fernandes (Org.), Paulo Andrade (Org.) |
Charles A. Perrone (Org.)
É professor titular de português e de literatura /cultura luso-brasileiras no Departamento de Espanhol e Português da Universidade da Flórida. Pertence ao Centro de Estudos Latino-Americanos, onde dirige a especialização em Estudos Brasileiros. Doutorou-se (1985) pela Universidade do Texas em Austin. Fez mestrado (1976) na Universidade da Califórnia em Irvine. Seguiu o curso de graduação (1969-73) em Literatura na Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Foi bolsista-pesquisador da Comissão Fulbright no Brasil em1991, como professor, e em 1978-79, como estudante. As principais publicações dele são Brazil, Lyric, and the Americas (Florida, 2010); Seven Faces: Brazilian Poetry Since Modernism (Duke, 1996); Masters of Contemporary Brazilian Song: MPB 1965-1985 (Texas, 1989), além de Letras e Letras (da Música Popular Brasileira) (1988, 2008). Organizou as coletâneas Brazilian Popular Music and Globalization (Florida, 2001), com Christopher Dunn, e Crônicas Brasileiras: a Reader (Florida, 2014), com D. Borim e C. Bianconi. Traduziu Táxi ou poema de amor passageiro de Adriano Espínola (Taxi or poem of love in transit, 1992) e fi cção de Regina Rheda (First World Th ird Class and Other Tales of the Global Mix, Texas, 2005). Como supervisor de tradução participou do projeto Outras praias: 13 poetas brasileiros
emergentes / Other Shores: 13 Emerging Brazilian Poets (São Paulo,1998), entre outros vários projetos. No conjunto de choro da faculdade toca cavaquinho.
Maria Lucia Outeiro Fernandes (Org.)
Docente do Departamento de Literatura e do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, Unesp/Araraquara, desde 1997. De 1992 a 1997, da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Do Mestrado em Letras (USP, 1984) resultou Novíssima: estética e ideologia na década de vinte (EDUSP, 1987) e do Doutorado (PUC/235 Rio, 1994), Narciso no labirinto de espelhos: perspectivas pós-modernas na ficção de Roberto Drummond (EDUNESP, 2011).Com outros colegas organizou Intelectuais portugueses e a cultura brasileira (2002), Estrelas extremas; ensaios sobre poesia e poetas (2006); Modernidade lírica: construção e legado (2008) e Matéria de poesia: crítica e criação (2010). Membro do Conselho Editorial da revista Itinerários e da Série Estudos Literários. Integrou o GT de Teoria da Narrativa da ANPOLL (1999-2012), foi membro-fundador do GRECC –Grupo de Estudos em Crítica Contemporânea e é líder do GELIC –Grupo de Estudos em Lírica Contemporânea. Concentrando seus estudos em poesia e narrativa, com ênfase no Modernismo e Pós-Modernismo, publicou 67 artigos em revistas e anais e 16 capítulos em livros, entre os quais: “O Delfim: uma leitura pós-moderna da história”; “O tempo do clichê e a estética do olhar na ficção contemporânea”; “Identidade nacional como suplemento”; “Mutantes e provisórios: os narradores na ficção portuguesa contemporânea”, “Tradição, modernidade e modernismo na lírica portuguesa”, “Entre o histórico e o mítico: as relações tempo-espaço na narrativa de Jorge de Sena”; “Limites da ficção e heranças de uma elite brasileira na obra de Silviano Santiago”.
Paulo Andrade (Org.)
Natural de Boa Nova (BA), é professor de Teoria da Literatura na Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara. Graduado em Letras pela UFV (Universidade Federal de Viçosa), mestrado e doutorado em Estudos Literários na Unesp/Araraquara (2000 e 2005). Publicou os livros Torquato Neto: uma poética de estilhaços (Annablume, 2002), A antilírica de Sebastião Uchoa Leite (EDUNESP, 2015) e vários artigos em periódicos e revistas especializadas, além de diversos capítulos de livros, entre os quais se destacam “Rasuras da Modernidade na Poesia de Sebastião Uchoa Leite” (Alea, 2006), “Navilouca, a metamorfose de todas as linguagens” (Poesia Sempre, 2005), “Silêncio e Diálogo na Poesia Brasileira” (Revista Casa, 2011), “O Discurso da Distopia na Poesia Brasileira Contemporânea” (Texto Poético, 2011), “Pássaro de Fogo” (Jornal Rascunho, 2014), “O olhar crí(p)tico na poesia de Sebastião Uchoa Leite” (Sobre Sebastião Uchoa Leite, 2014).