O trânsito de poetas brasileiros em outros países é um fenômeno muito antigo, mas as práticas líricas transnacionais parecem ter assumido proporções bastante amplas e complexas nas últimas décadas. Que formas de arte estão se desenvolvendo neste contexto de fronteiras fluidas, de linguagens híbridas e de subjetividades mutantes? Que marcas deste contexto podem ser percebidas na criação poética? Tendo por horizonte tais questões, pesquisadores, poetas e tradutores buscam analisar, sob diferentes vieses teóricos, quais as formas de criação e que tendências são privilegiadas neste contexto, como ocorre a formação de grupos e, principalmente, que espécies de diálogo acontecem entre escritores de diferentes nacionalidades. Além destas questões, o tema proposto para discussão também reacende a preocupação sempre relevante na área de Estudos Literários com problemas relacionados à tradução. A globalização também atualizou, com diferentes enfoques, algumas questões antigas relacionadas à representação de identidades nacionais na arte, articuladas agora com novas preocupações como a marginalização dos povos indígenas e os problemas ambientais, o que traz à tona interessantes interfaces de textos poéticos com o meio ambiente, ampliado agora, do contexto social, para o ecossistema, procurando desvendar as sutis relações entre o espaço do mundo e a produção de sentidos sobre o homem e sua vida no planeta. Finalmente, busca-se ainda analisar as condições contemporâneas de leitura e de compreensão da poesia, bem como suas possibilidades de abordagem na sala de aula. Resultantes, em parte, do XV Seminário de Pesquisa e II Seminário Internacional de Estudos Literários, do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, Unesp, campus de Araraquara, em 2014, os textos aqui reunidos poderão dar ao leitor uma visão bem delineada das questões propostas por meio de uma pluralidade de dicções e de referenciais teóricos.