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A pesquisa investiga até que ponto as características dos livros de autoajuda para adultos também estão presentes no discurso de autoajuda para adolescentes. Para a autora, a diferença nos livros para os adolescentes é certa atenuação do tom autoritário típico desse discurso quando ele é dirigido aos adultos. Mas em ambos os casos trata-se de um discurso voltado para a promoção da ideologia centrada no individualismo pós-moderno, cujo ideal é um indivíduo seguro, autoconfiante, determinado e concentrado em alcançar sucesso profissional e financeiro.

Com base na abordagem interdiscursiva proposta pelo francês Maingueneau, a pesquisadora desvela os principais traços semânticos que definem o discurso de autoajuda, entre os quais a manifestação da certeza é um dos mais presentes, ao mesmo tempo em que a manifestação da dúvida é um dos mais rejeitados.

De acordo com ela, o sujeito enunciador desse discurso não promove uma reflexão ou um debate sobre as condições que teriam conduzido o leitor a um estado de insatisfação, mas se propõe a ser um guia, um orientador que receita fórmulas para a superação de tal estado. Já o leitor desse tipo de literatura é colocado sempre como inseguro, descrente de suas habilidades ou de sua capacidade de superação dos problemas, alguém perdido, carente de orientação e pessimista. Fatores tratados furiosamente como indesejáveis nos livros para adultos, mas como mais “compreensíveis” nos livros para adolescentes.

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Marília Molina Furlan

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