Tomando como fio condutor a novela Órfãos do Eldorado (2008), do escritor amazonense Milton Hatoum, Vivian de Assis Lemos analisa, na obra, a questão de mito e história, aos quais relaciona-se o conceito de memória. Ela procura mostrar como o passado guardado nos meandros da memória mantém uma relação com o presente que o atualiza. Ou seja, pelo resgate que a memória promove do passado, uma vez recordado, este se torna presente.

Para a autora, apesar de estar inserido em uma tradição literária que explora os mitos e lendas da Amazônia, Hatoum alça voos maiores não só porque devora, antropofagicamente, essa tradição, mas por fazer com que o regional migre para o universal por meio de narrativas memorialísticas.

Na novela objeto do estudo verifica-se como a lenda do Eldorado é resgatada pelo escritor e como ele a utiliza para compor sua narrativa pela articulação do mito e da história. A autora introduz a discussão do papel fundamental que a memória tem em toda a obra de Hatoum em geral e em Órfãos do Eldorado em particular, tanto pela evocação da memória coletiva, centrada na recordação de fatos históricos do Amazonas pelos personagens, quanto pela memória individual.

Lemos destaca também o tratamento irônico de Hatoum ao mito do Eldorado, não por meio da ironia fácil, mas pela que é percebida de fora, que se estabelece pela associação de situações.

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Vivian de Assis Lemos

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