Thomas Hobbes é leitura obrigatória para todos que se interessam por política, mas é um autor ainda diminuído e simplificado, ao qual se atribui apenas a paternidade do Estado enquanto leviatã. Sua vasta, densa e viva produção intelectual acaba sendo esquecida em detrimento de alguns capítulos de Leviatã, sobre a tese da guerra generalizada de todos contra todos, levando à errônea interpretação de que o autor defendesse o Estado absoluto. Para desfazer tais equívocos, o filósofo Hélio Alexandre da Silva se debruça sobre a obra do escritor inglês do século XVII, resgatando as bases de sua filosofia política. O resultado da pesquisa está agora publicado no livro As paixões humanas em Thomas Hobbes: entre a ciência e a moral, o medo e a esperança, lançamento da Cultura Acadêmica. Em busca dos fundamentos da filosofia política hobbesiana, o autor chama para o centro de seu trabalho a relação entre a filosofia natural e a filosofia civil. A hipótese defendida é de que Hobbes deve muito de sua concepção moral e política a seu estudo sobre a ciência, que o direcionou no caminho de pensar o homem e as paixões numa chave mecanicista. Como consequência, o que se produz no estado de natureza, quando o homem vive sem as restrições impostas pelo Estado civil, é uma situação de tensão constante em que não há garantias nem da propriedade, nem da preservação de sua própria vida. Esse quadro de instabilidade constante se agrava com o diagnóstico de que o homem possui um desejo incessante de satisfação imediata de suas paixões, e que a natureza autoriza o uso de quaisquer meios para a sua satisfação. O que surge dessa união entre desejo incessante e falta de garantias de manutenção daquilo que se possui é o que Hobbes chama de “estado de guerra de todos contra todos”. A partir dessa discussão, o autor confronta o posicionamento de alguns intérpretes que são críticos dessa abordagem que relaciona esses dois tipos de filosofia, e também investiga o papel que duas paixões em especial – o medo e a esperança – possuem no processo que afasta a guerra de todos e procura construir a paz política. A análise de Hélio Alexandre da Silva contribui para um novo olhar sobre esse teórico da política, fornecendo subsídios para compreendê-lo em toda tensão que o caracteriza. Sobre o autor – Hélio Alexandre da Silva é bacharel e licenciado em Filosofia pela Unesp, câmpus de Marília, onde também obteve o título de mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea. Atualmente é doutorando em Filosofia na Unicamp. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia Política e Filosofia Moderna, atuando principalmente nos seguintes temas: Hobbes, paixões, moral, filosofia e ética.
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