O livro discute de uma perspectiva teórico-metodológica o papel das tecnologias digitais no ensino da Matemática, partindo do princípio de que as escolas ainda têm dificuldade em acompanhar essa evolução sociocultural e em lidar com os diferentes espaços e modos de produção de conhecimento. Por causa das novas tecnologias, estaria, inclusive, aumentando o descompasso entre as formas de comunicar e expressar as ideias adotadas pela escola e aquelas utilizadas pelos alunos.
Para a autora, a escola, de modo geral, também continuaria a considerar, com um viés conservador, apenas o papel do professor como central no processo de produção de conhecimento. Assim, permaneceria arraigada à racionalidade que surgiu com a escrita, cuja base é a existência de um conhecimento “verdadeiro” que deve ser transmitido, afastando as modernas especificidades dos atores não humanos na produção matemática, e ignorando suas transformações expansivas.
O trabalho ainda apresenta uma análise qualitativa de dados empíricos produzidos durante um curso on-line de Educação Matemática, além de reflexões teóricas sobre como as transformações expansivas ocorrem e, de modo particular, como os atores não humanos as influenciam.