Um trabalho de campo, este livro é parte do projeto “Integração Universidade, Serviços de Saúde e Comunidade na Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp: construindo novas práticas de formação e pesquisa”. Integrado por pesquisadores e alunos de pós-graduação e graduação, o projeto está no bojo de um movimento maior – de alcance internacional -, voltado à mudança no sistema de graduação na área da saúde.
Os autores debruçam-se principalmente sobre os aspectos práticos e humanos do processo de ensino-aprendizagem, levantando como se dá, no ensino superior da área de saúde, o compromisso com a integralidade dos cuidados médicos, a aproximação entre academia e serviço e entre a saúde e a educação, dentro de primados éticos, estéticos e políticos.
As narrativas dos alunos do terceiro ano da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp analisadas no livro foram elaboradas num contexto pedagógico em que eles tiveram a oportunidade de acompanhar um mesmo paciente ao longo de até quatro meses, vivência rara nas escolas médicas.
Muitas dessas narrativas expressam a intensidade do encontro com o paciente, as dificuldades para lidar com pacientes difíceis (outro tema negligenciado na formação médica), a alegria do bom encontro, o sentimento de impotência diante das mazelas sociais e dos claros limites da medicina, como o de lidar com demandas situadas na fronteira entre os “problemas da vida” e a “patologia”, e que por isso nem sempre podem ser claramente configuradas e diagnosticadas.