Esta obra apresenta uma pesquisa qualitativa em fontes bibliográficas e fílmica para traçar as singularidades políticas e subjetivas dos psicofármacos. O autor apresenta um jogo de contrastes, uma comparação entre as relações de poder-saber-sujeição que atravessam a psiquiatria em dois intervalos históricos distintos: a constituição e a consolidação da psiquiatria manicomial na França do século XIX com a medicalização das práticas e saberes psiquiátricos (desdobrando-se no uso asilar de substâncias químicas com algum efeito psicoativo denominadas pelo autor de “protopsicofármacos”) e, na atualidade, o consumo extra-asilar e a céu aberto de psicofármacos (sobretudo o Prozac, o antidepressivo mais receitado no planeta) enquanto elemento tático de uma estratégia neoliberal de valoração de capital humano.