O franciscano António do Rosário nasceu em Lisboa, em 1647, viveu nos sertões de Pernambuco desde 1689 e faleceu em Salvador, na Bahia, em 1704. Nos sermões que integram o seu Frutas do Brasil, de 1702, o capuchinho utiliza alegorias muito precisas para tratar da sociedade colonial portuguesa instalada na América, um lugar onde, à época, não se viam os reis e as rainhas lusos, mas abundavam ananases e canas. Na obra, os lugares ocupados pelos integrantes dos três estados da monarquia são comparados às sutilezas do sabor, da cor e da textura inigualáveis de diferentes frutas. Ao moralizar a respeito do tratamento despendido aos escravos, entretanto, o frade, passa a moralizar a partir das alegorias da água, do fogo e do sangue. Lida e interrogada a partir do presente, a pregação do capucho permite-nos colocar em debate a construção de valores morais em língua portuguesa nos séculos XVII e XVIII, um dentre tantos temas abordados na Coleção Memória Atlântica, da qual a reedição crítica de Frutas do Brasil é parte.
Detalhes de: Frutas do Brasil numa nova e ascética monarquia consagrada à Santíssima Senhora do Rosário de António do Rosário

Frutas do Brasil numa nova e ascética monarquia consagrada à Santíssima Senhora do Rosário de António do Rosário
Ano | |
---|---|
Páginas | |
Dimensões | |
Formatos | |
Volume | VI |
Autor | Ricardo Alexandre Ferreira |
Coleções | Coleção Memória Atlântica |

Frutas do Brasil numa nova e ascética monarquia consagrada à Santíssima Senhora do Rosário de António do Rosário
Ano | |
---|---|
Páginas | |
Dimensões | |
Formatos | |
Volume | VI |
Autor | Ricardo Alexandre Ferreira |
Coleções | Coleção Memória Atlântica |
Ricardo Alexandre Ferreira
Livre- Docente em História Moderna pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), membro do Grupo Temático Escritos sobre os novos mundo e autor, entre outros, de Senhores de Poucos Escravos: cativeiro e criminalidade num ambiente rural – 1830-1888 (Editora Unesp, 2005), de Crimes em Comum: escravidão e liberdade sob a pena do Estado Imperial brasileiro – 1830-1888 (Editora Unesp, 2011) e coautor de Três vezes Zumbi: a construção de um herói brasileiro (Três Estrelas/Publifolha, 2012 e EdUFSCar, 2020) e da edição crítica da obra setecentista Etíope, resgatado, empenhado, sustentando, corrigido, instruído e libertado (Editora Unesp, 2017).