Danilo Wenseslau Ferrari analisa nesta obra a produção do jornalista do escritor Joel Silveira entre o fim da década de 1930 e a primeira metade dos anos 1940, enfocando em especial os textos que ele publicou no jornal Dom Casmurro e na revista Diretrizes. O objetivo do autor é discutir o impacto do trabalho de Silveira na imprensa brasileira durante o Estado Novo (1937-1945) e tentar compreender como e porque ele se transformou num dos repórteres mais influentes e temidos do período getulista.
Ícone do jornalismo brasileiro, Silveira é hoje associado principalmente à cobertura da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Ferrari vai aqui além do mito, e mostra como o jornalista reagiu aos dilemas do conturbado período, marcado pela censura, pelo avanço do nazismo na Europa e pela assinatura do Pacto Germano-Soviético, que afetou profundamente os intelectuais de esquerda. Bastante contextual, a pesquisa também traça um rico painel sobre a intelectualidade da época getulista.