A crítica sociológica da economia é bastante atual e levanta questões contemporâneas, tais como: como lidar com a influência da teoria econômica que tem continuidade com a engenharia de mercado e com as ciências da gestão, propagadoras do método do comportamento interessado, adotado atualmente em diversas áreas do mercado e de poderoso impacto na vida cotidiana?
Mesmo que isso provenha dos espaços mercantis distantes e abstratos, como os mercados financeiros ou das arquiteturas de escolha subjacentes às múltiplas decisões que o cidadão toma quando confrontado com exigências organizacionais, o fato é que a influência da teoria econômica, uma vez cristalizada nas estruturas de mercado, nos softwares de alocação e nos nudges, faz com que o comportamento racional interessado se torne uma forma de comportamento de poder, ainda desconhecido pelos sociólogos. O próprio fato de evidenciar o fenômeno não deixa de ser um significativo mérito da crítica sociológica da economia, na sua dimensão de sociologia do conhecimento. A capacidade de expressar em palavras o movimento da realidade social, e, em seguida, descrever seus principais aspectos é o primeiro passo indispensável para o surgimento de um debate público.